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25 junho 2011

Assunto: RES: Perguntas sobre ministração do louvor

Assunto: RES: Perguntas sobre ministração do louvor


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Prezada Lenita,



Recebi seu email contendo várias perguntas sobre a "ministração" do louvor. Desculpe não ter respondido antes, foi falta de tempo mesmo.

Você me diz que é uma levita em sua igreja e que ministra o louvor durante os cultos. Sim, de fato é um privilégio poder participar do culto a Deus servindo na parte da condução dos cânticos. Eu teria um pouco de dificuldade em considerar você como levita (apesar de você ter um nome parecido, hehe), pois para mim os levitas faziam muito mais do que conduzir o louvor no templo: eles matavam e esfolavam animais, limpavam o sangue, a gordura, o excremento e os restos dos animais sacrificados e levavam uma parte para queimar fora. Além disto, arrumavam o templo, cuidavam da mobília e utensílios, etc. Se você quiser ser levita como aqueles de Israel, terá de se tornar a zeladora da igreja, rsrsrs!

Bom, vamos agora às suas peguntas. Coloquei as suas perguntas em negrito, para facilitar:

1) Até que ponto posso manifestar minhas emoções ao cantar pra Deus? Desde que sejam manifestações autênticas, sem problemas. O que incomoda muito é quando se percebe que o dirigente está fingindo, ou fazendo força para demonstrar o que não está sentindo. A maioria dos membros das igrejas não se emociona fortemente quando cultua. As emoções nem sempre estão presentes. Por isto, eles podem ficar meio desconfiados quando o dirigente do louvor, nem bem começou a primeira música, já está virando os olhos, chorando e embargando a voz. Mas, se as emoções forem legítimas, elas podem ser expressadas sem muita afetação.

2) Levantar as mãos!! Posso? É errado? Não, não é errado, o problema é que às vezes parece uma forçação de barra, algo superficial e ensaiado, que não consegue convencer o povo de que é uma expressão sincera de adoração, Portanto, recomendo sabedoria e cuidado. É preciso deixar claro para o povo que não serão as mãos levantadas que tornarão o louvor mais espiritual ou mais aceitável diante de Deus. Não há qualquer relação direta na Bíblia entre posturas físicas e espiritualidade.

3) Posso pedir para a igreja levantar as mãos em um dado momento da música, por exemplo? Veja a resposta que dei à pergunta anterior. Eu acrescentaria que pode ficar meio constrangedor pedir para a igreja levantar as mãos durante um cântico, pois tem gente que não estará sentindo nada e outros que não se sentem bem fazendo isto. A melhor coisa é deixar que seja espontâneo, que parta do povo mesmo. Gosto da regra, "não estimule; não proíba".

4) Balançar de um lado pro outro, mesmo numa canção lenta é errado? Não, desde que não vire dança ou rebolado sensual, provocando a imaginação dos rapazes, que lutam para se concentrar na letra e na música.

5) Se me emocionar e chorar? Como eu disse, se for autêntico não haveria problemas, mas lhe confesso que é constrangedor ver dirigentes de louvor chorando como se aquilo fosse expressão máxima de espiritualidade ou comunhão com Deus. Quem não chora vai se sentir carnal, frio ou não convertido. Eu evitaria.

6) Em relação à ministração entre uma música e outra, posso falar sobre a palavra, citar versículo e até explanar de uma forma muito rápida e objetiva? Poder, pode, mas se você não tiver uma preparação teológica vai acabar dizendo abobrinha, como eu ouço direto. Não é fácil falar em público e dizer coisas que realmente edifiquem. Sua função é ajudar o povo a adorar a Deus através da música. Estes sermonetes entre músicas soam às vezes forçados, pois geralmente se tenta fazer uma ponte entre o tema da música e uma passagem da Bíblia, e isso fica forçado e artificial.

7) Falar aleluia ou glória a Deus, claro que com reverência, sem gritar, por exemplo, é permitido? Não vejo problemas. Mais uma vez, todavia, é preciso ter certeza que são manifestações autênticas e não artificiais.

Lenita, o problema todo é esta superficialidade de alguns dirigentes de louvor que ficam se emocionando, chorando, revirando os olhos, gemendo lá na frente durante o louvor, e que uma vez encerrado este período, ficam do lado de fora do templo batendo papo com os componentes da banda enquanto o culto continua acontecendo. Fica óbvio para todo mundo que era apenas fingimento.

Acho que os dirigentes de louvor seriam uma bênção maior se fizessem apenas isto mesmo, dirigir o louvor, ajudando o povo a entoar os louvores a Deus. Qual o propósito destas demonstrações de êxtase e enlevo fortemente emocionais à frente da Igreja? Ajuda em quê? Não quero generalizar, pois seria injusto, claro - mas às vezes fica a impressão que é apenas uma maneira de auto-promoção. Pense nisto.

No mais, que o Senhor continue a abençoar sua vida preciosa.

Um abraço!
Augustus

[Trata-se de um email fictício, embora baseado em fatos reais]
Usado com permissão do Dr. Augustus Nicodemus Lopes, autor do texto.

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14 junho 2011

O Estrago do Velho Existencialismo na Nova Música


O Século XX conheceu filósofos comprometidos com uma cosmovisão chamada existencialismo. Só para que o leitor tenha uma idéia resumida, Jean-Paul Sartre, da França, foi um desses filósofos existencialistas. Ele dizia que a existência humana era justificada por um ato simples da vontade. Basta querer e fazer alguma coisa, e a vida terá sentido.

O problema é que essa visão não se importava com a ética em si. Por exemplo, se uma senhora idosa precisasse de ajuda para atravessar a rua e um jovem a ajudasse apoiando seu braço, seria uma atitude significativa. No entanto, se o jovem desse um cascudo em sua cabeça e mandasse ela se virar, tanto faz, também é um ato significativo, porque em ambos os casos, constatamos simples atos da vontade.

Esse tipo de existencialismo, chamado de secularista, anulou a idéia de bem ou mal, certo ou errado. A ética passou a legitimar tudo, porque se tratava de um ato da von-tade. A influência desse tipo de pensamento se espalhou e acabou penetrando as igrejas. Recentemente, a Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos da América (PCUSA) aprovou oficialmente a ordenação de pastores(as) homossexuais e transsexuais. Os argumentos são fundamentados na mesma lógica existencialista, onde o indivíduo se torna o fator determinante do que é certo ou errado.

Infelizmente, o existencialismo tem mantido suas afiadas garras encravadas nas igrejas quando as pessoas não se importam com algum padrão doutrinário. O que im-porta é a sua intenção diante de Deus. O que vai no coração é o que interessa. Não a forma como você se conduz. Sendo assim, práticas bisonhas e esdrúxulas são justificadas pela boa intenção do adorador. Quando se apela ao princípio regulador do culto, a resposta é sempre a mesma: “a Confissão de Fé de Westminster foi relevante para a sua época e não responde às nossas questões hoje”. O problema é que a CFW interpretou as Escrituras usando o método gramático-histórico de interpretação, o que elimina fatores tendenciosos na conclusão do significado do texto. Sendo assim, ela tem valor hoje sim.

Agora perceba outra maneira do existencialismo mostrar a que veio: veja como boa parte das músicas que se cantam hoje são dominadas pelo “eu” e pelo ato da vontade do indivíduo:

Eu vejo a glória do Senhor hoje aqui
A sua mão o seu poder sobre mim
Os céus abertos hoje eu vou contemplar
O amor descer neste lugar

Eu quero ver agora o teu poder
A tua glória inundando o meu ser
Vou levantar as mãos e vou receber
Vou louvando o teu nome
Porque eu sinto o Senhor me tocar

Tem certas idéias e ensinamentos que passam despercebidos aos nossos olhos nem sempre críticos. Além do mais, a beleza inegável dos acordes, da linha melódica e dos arranjos tendem a nos envolver emocionalmente ao ponto de nos tornar enfeitiçados e nos fazer tolerar o intolerável. Por essa razão, vou comentar algumas frases da música, mas peço que o nobre leitor leia com a mente aberta para perceber certas coisas que, de repente, não percebeu enquanto cantava nos cultos.

Primeiro, repare a exagerada ênfase no “eu”: Eu vejo a glória do Senhor hoje aqui. São nove referências diretas e indiretas ao “eu” numa música de poucas palavras. Note também o caráter subjetivista da letra, ao afirmar que a glória do Senhor que ele vê é “a sua mão o seu poder” sobre si. A mão e o poder de Deus pode ser qualquer coisa: desde sentimentos e sensações puramente emocionais à persuasão sincera pela Palavra. No entanto, observe como não há qualquer precisão na descrição do fenômeno. A próxima frase carece de melhor formulação, pois a construção à luz da Palavra não faz sentido: “Os céus abertos hoje eu vou contemplar”. Essa frase conta com a liberdade poética para fazer esse tipo de afirmação; no entanto, nossa liberdade poética não nos permite fazer afirmações que absolutamente não possui respaldo bíblico. A visão do céu aberto foi apocalíptica. Somente João e Estêvão viram os céus abertos além dos que presenciaram o batismo de Jesus. Então dizer que vai ver o céu aberto no sentido de provar da ação de Deus na própria vida é importar um sentido do texto e aplicá-lo a outra situação incabível, além de forçar a barra.

Agora a prepotência do adorador se torna a marca crucial: “Eu quero ver agora o teu poder”. Além da ênfase no “eu”, conforme já descrevi antes, de onde vem essa prepotência de querer ver o poder de Deus? Isso nos lembra o reprovável desejo dos fariseus de verem a demonstração do poder de Deus. Eles eram incrédulos. Também dizer que quer ver agora o poder de Deus soa estranho depois de Jesus dizer a Tomé, que bem-aventurados são os que não viram e creram. O poder de Deus não tem que ser visto; tem que ser crido. Os fariseus pediram para Jesus fazer um sinal e ele disse que o único sinal que ele lhes daria seria o de Jonas. Isso fazia referência à sua ressurreição, ao terceiro dia, como demonstração gloriosa do poder de Deus e de sua evidente messianidade. Hoje somos conclamados a crer no Senhor Deus cujo poder ressuscitou a Cristo dentre os mortos. Prefiro a letra do Stênio Marcius, que diz: “eu quero ser, não quero ter; eu quero crer, não quero ver” (“E Se...” – do CD “Canções à Meia Noite”).

Mas a prepotência do adorador não para por aí. Mais à frente, outra frase revela a ênfase no “eu existencial”: “Vou levantar as mãos e vou receber”. Note de novo a prepotência de quem acha que Deus está obrigado a dar alguma coisa. Na melhor das hipóteses, o “eu” do discurso poderia dizer “vou levantar as mão e oferecer”. Até porque o ato de levantar as mãos na Bíblia sempre denota a oferta e não a recepção de alguma coisa. Mas o “eu” existencial é assim mesmo. Ele se importa em justificar sua existência, se importa em ser feliz recebendo coisas o tempo todo. Não é à toa que o “evangelho da prosperidade” reúne tantos fiéis em torno de líderes que prometem ouro, prata, TVs gigantes, carros sofisticados e casas “apaine-ladas”. Basta determinar, levantar as mãos para receber, que o criado-mor vai dar o que a gente quiser.

Para fechar essa análise, considere o último trecho: “Vou louvando o teu nome porque eu sinto o Senhor me tocar”. Se alguém se perguntou se poderia piorar, creio que este trecho responde bem. Esse trecho é muito infeliz porque ele coloca o ato de louvor a Deus de forma condicional. O “porque” indica uma explicação. A razão porque eu vou louvando é porque “eu sinto o Senhor me tocar”. Note o subjetivismo exacerbado mais uma vez. A ênfase no sentir é puramente subjetiva. E se o “eu” existencial do discurso não sentir o toque de Deus, seja lá o que esse toque quiser significar? Nesse caso ele não vai louvando porque não sentiu nada de extraordinário? O louvor ao Senhor é tarefa incondicional da igreja. Os Salmo 150 diz que devemos louvar a Deus pelos seus poderosos feitos e consoante a sua muita grandeza. O Salmo 34 afirma: “Bendirei ao Senhor em todo o tempo; o seu louvor estará sempre nos meus lábios”. Independente da situação, de maneira incondicional, devemos louvar ao Senhor. Mesmo quando estamos atravessando um deserto espiritual, passando por momentos de provações e até crises em nossa pequena fé, ainda assim devemos louvar, mesmo quando não sentimos nada de especial, mesmo na igreja.

Finalmente, deixe-me sugerir uma postura ideal para que nossa adoração fuja dos efeitos do existencialismo. Primeiro, tenhamos na palavra o padrão do que é certo ou errado. Ela é o critério se algo será aceitável ou não no culto que prestamos a Deus, e não a minha boa intenção. Lembremos que a verdade é objetiva e está revelada na Palavra. Segundo, evitemos essa ênfase exacerbada no “eu”. Nossa adoração junto com a congregação, na igreja, não é individual; é coletiva, comunitária. Embora alguns salmos tragam o “eu” como sujeito do discurso, muitos outros também conclamam o povo de Deus ao louvor. Vemos no NT o retrato da igreja como organismo, corpo de vários membros, mas que possuem um propósito em comum, sendo buscado por todos conjuntamente: a glória de Deus. Terceiro, concentremos mais a nossa atenção em Deus e em sua vontade. Não pensemos primeiramente em nossa satisfação; pensemos primeiramente em agradar a Deus. Nosso prazer decorrerá do fato de Deus se agradar de nosso culto primeiro. Nossa adoração será agradável a Deus a partir do momento que Cristo estiver no centro e não o “eu” existencial. Que Deus nos abençoe e nos ajude a nos humilhar em sua presença.

Pr. Charles

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01 junho 2011

O MINISTÉRIO DE MÚSICA DA IGREJA - Reflexões e Conselhos uteis a quem busca a excelência.


Em certa ocasião ouvi a pergunta: “Que qualificações espirituais um ministro de louvor deve ter?” Minha resposta: “As mesmas que se esperam de um crente verdadeiro”. Lógico que eu me fiz de desentendido. A pergunta sincera daquele irmão tinha por pressuposto que “grupos de louvor” (e principalmente os “ministros de louvor”) são formados por pessoas de uma casta superior – levitas –separados para um ministério revolucionário na Igreja. Exagero meu? Pergunte aos “ministérios” do movimento “louvor profético” e depois me diga se eu estou exagerando. Esses grupos chegam a usar chavões do tipo: “O Senhor está levantando nesses dias uma nova geração de adoradores”. Chego a lamentar pelos antigos adoradores, como meu avô, um diácono honrado que morreu servindo e adorando ao Senhor... se ele tivesse vivido um pouco mais, faria parte “da geração” de adoradores... Quanto absurdo tem sido dito nesses dias!

Estou às vésperas de completar 38 anos de idade e entrei para o grupo musical da igreja em que meu pai pastoreava com aproximadamente 11 anos. Com esse tempo de militância nesse ministério (ora como protagonista, ora como antagonista), posso afirmar que se trata de um ambiente propenso a tensões e conflitos. Ao relatar alguns exemplos disso, deixo claro que nem todos os grupos musicais de igreja possuem esses defeitos: 1. Há músicos da igreja que têm dificuldade de admitir que outro músico toque mais do que ele; ao invés de pedir para o que sabe mais possa repetir e lhe mostrar como faz, ele prefere lançar um “olhar 43” (meio de lado, já saindo, indo embora) sobre o que o outro fez, para não admitir que esteja aquém. 2. Há os que não cumprem o horário tanto para ensaiar quanto para chegar ao local do culto. 3. Você sabia que há músicos e cantores que saem do auditório da igreja na hora da pregação? Parece incrível, mas conheci alguns. 4. Infelizmente nem sempre os integrantes do grupo musical da igreja são pastoreados como deveriam ser... já soube de lideranças que não disciplinavam membros do grupo musical porque temiam ficar sem tecladista, violonista ou o vocalista. Este último ponto, claro, não é um problema inicial do grupo musical da igreja, mas uma negligência pastoral.

Ao me atrever a refletir sobre alguns problemas que já levantei e sobre outros relacionados ao Ministério de Música, o farei como integrante de um Grupo Musical, que vive seus dramas, tensões e alegrias, sem abrir mão do olhar clínico pastoral (meu ministério principal na igreja). Seguem-se alguns conselhos ao Ministério de Música como um todo, bem como a músicos e cantores particularmente:

I. Substitua o termo “grupo de louvor” por “ministério musical”, “ministério de música” ou “grupo musical”. Gosto do termo ministério apenas porque me remete a “serviço”. E minha proposta de substituir “louvor” por “musical” está no fato de que não cantamos e tocamos apenas “louvores” a Deus. O hino: “Ceifeiros da seara santa, quão pouco fraco sois, mas forte é Cristo vosso mestre, avante, avante pois”, tem por objetivo motivarmo-nos mutuamente a continuar firmes na carreira da fé, confiantes no Senhor, e não a louvar a Deus.   O “ministério musical”, assim, cuida da música na igreja, tanto a de louvor e adoração a Deus (movimento vertical) quanto a de comunhão e exortação interpessoal (movimento horizontal).

II. O Ministério de Música não é formado por levitas. Estes fizeram parte do grupo sacerdotal (Números 1:50) e a música só foi relacionada a eles num momento posterior: 1 Crônicas 15:16 – Disse Davi aos chefes dos levitas que constituíssem a seus irmãos, os cantores, para que, com instrumentos músicos, com alaúdes, harpas e címbalos se fizessem ouvir e levantassem a voz com alegria. Com vinda de Jesus e seu sacrifício na cruz, todas as funções levíticas perderam seu objeto, já que todo crente é um sacerdote. Hoje podemos nos achegar diretamente a Deus por intermédio do Sumo Sacerdote Jesus Cristo (Hebreus 10.19-20). Logo, não há mais uma “classe” interposta entre eu e Deus. A música no culto não deve ser “algo especialmente levítico”, mas apenas uma ferramenta divina para auxiliar a apreensão da música/letra no coração do homem. Deus não está fazendo uma “revolução de louvor” e nem despertando a igreja com a “adoração profética” ou “levítica”. Quando Ele quer despertar a sua igreja o faz como sempre o fez: por meio da sua Palavra (2 Reis 22.8 – 23.16).

III. Aos dirigentes dos cânticos da igreja, alguns conselhos importantes: 3.1 Seu papel principal é conduzir a igreja a cantar corretamente, atentando à entrada e à finalização da música. 3.2 O momento da música congregacional da igreja não é “o seu momento”. Ou seja, não é o lugar para se contar testemunho, causos ou mesmo pregar. Atenha-se a, no máximo, destacar o tema do cântico ou hino que será cantado. 3.3 Vocês não são animadores de auditório. Calma, não estou dizendo com isto que seja errado convidar e motivar a igreja a cantar. Refiro-me ao fato de que muitos dirigentes têm procurado reproduzir o que ouvem nos “shows golpels”, tantando repetir a performance do Fernandinho (artista gospel) no palco da igreja, por exemplo. 3.4 Não façam “segunda voz” em dueto ou outros arranjos. Como voz principal, sua função é dar segurança à congregação e não demonstrar sua capacidade de cantor. 3.5 Substituam o termo “ministro de louvor” por “dirigente dos cânticos” ou “liturgo”. 3.6 Novamente afirmo: aquele não é o “seu momento”. Há dirigentes que simplesmente fecham os olhos, levantam as mãos e a congregação se torna uma mera expectadora do momento-adorador do dirigente.

IV. Aos meus queridos músicos, mais alguns conselhos: 4.1 Desenvolvam seu potencial. Saiam da mediocridade das notas naturais e aventurem-se na floresta harmônica das dissonâncias. Lógico que estou falando de muito estudo e dedicação. Já abordei isto em outro post. 4.2 Não descuidem de sua vida com Deus. Que a beleza da harmonia musical esteja afinada à beleza do compromisso de vida com o Senhor. 4.3 Tomem cuidado com os solos. O foco deve ser o culto a Deus e não você. Não vejo problema algum de alguém receber aplausos por seu desempenho num show, mas o culto não é lugar para demonstrar tudo o que você sabe fazer com o seu instrumento. 4.4 Saibam que sempre há o que se aprender com outros músicos. Se você é violonista (como eu) não se constranja em olhar para os dedos de outro violonista quando ele estiver executando algo ao violão, pedir para ele repetir o que fez, imitar e até perguntar se está certo como você está fazendo. Esse intercâmbio fará com que você cresça tanto em musicalidade quanto em humildade. 4.5 Lembrem que o mais importante é o conjunto e não os talentos individuais. Essa disciplina individual demonstrará a maturidade do conjunto. Há grupos onde o guitarrista quer aparecer mais que o tecladista e por aí vai. Lembrem que são uma equipe!

V. Todo crente deve ser envolvido com a vida e o ministério da igreja como um todo, inclusive (e principalmente) o integrante do ministério de música da Igreja. Já convivi com músico que só aparecia aos ensaios e aos cultos de domingo à noite. Exceto um impedimento justo (estudo/trabalho/enfermidade) é dever de todo crente participar das atividades da igreja, inclusive o culto semanal. É triste ver que alguns grupos musicais tratam com desdém o culto semanal, quando na realidade deveriam se esforçar para manter o mesmo nível musical de domingo, não por constrangimento, mas espontaneamente por amor ao ministério.

VI. Selecione os que adentrarão ao grupo musical da igreja. Observe tanto a vida com Deus (testemunho) quanto a capacidade técnica (Se instrumental, instrumental. Se vocal, vocal.). Tem gente que acha que tem a vocação para o ministério de música da igreja porque é afinada e já está “arranhando” um pouco o violão. Não é bem assim. Uma vida santa sem a capacitação técnica necessária não estará apta para o ministério musical tanto quanto uma vida capacitada tecnicamente sem vida santa não estará.

VII. Trabalhe sob os cuidados de seu pastor. Oriente-se com ele sobre como organizar uma ordem temática de cânticos que será adequada para o culto solene. Submeta a ele previamente as músicas que o grupo musical está pretendendo ensinar à igreja. O pastor é capacitado para analisar a teologia da música e se é adequada ao culto. Isto evitará tensões desnecessárias. Vale lembrar que a liturgia da igreja local é de responsabilidade e supervisão do pastor.

Amados, esses conselhos vêm de um coração pastoral que está integrado no grupo musical de sua igreja local e que ama o que faz. Portanto, reflita com carinho. Que o Espírito Santo encha de santo temor o coração de todos os integrantes desse importante ministério da igreja.

Heleno Guedes Montenegro Filho

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