CADA COISA EM SEU LUGAR
A música
composta para homenagear
Não
faz muito tempo que meu facebook “bombou”
diante da opinião que emiti em relação a uma música que alguns alunos do CTMDT
(Centro de Treinamento Ministerial Diante do Trono) compuseram em homenagem à
cantora Ana Paula Valadão. A maneira como a melodia, harmonia e ritmo foram elaborados
reproduziu fidedignamente os trejeitos das canções da homenageada. A letra da
música afirma que a cantora havia sido escolhida por Deus para ser “a
voz de Deus nesta nação” e “para as nações”, e que “esta geração” quer honrá-la
pelo fato dela haver renunciado muita coisa para esse propósito. Não quero me
ater (por hora) em interpretar o conteúdo da letra e o que estaria por trás das
palavras. Minha intenção é refletir a partir de uma pergunta crítica que foi
feita na ocasião da discussão: seria ilícito compor uma música em homenagem a
alguém?
Não.
Não é ilícito e nem pecaminoso compor uma música para homenagear um amigo, a
mulher amada, a beleza da natureza ou lembrar um evento marcante. Uma das
canções mais bonitas que homenageia a natureza e fala sobre a responsabilidade do
homem com o planeta (que na teologia bíblica chamaríamos de “mandato cultural”)
foi composta por Tom Jobim:
Forever Green
Let there be flowers
Let there be spring
We have few hours to save our dream
Let there be light
Let the bird sing
Let the forest be forever green
Little blue planet
In great need of care
Crystal clear streams
Lots of clean air
Let's save the Earth
What a wonderful thing
Let it be forever green
Imagine Mother Earth become a desert
A poison sea, a venomous lagoon
And life on Planet Earth be gone forever
And God will come and ask for planet blue
What to do
Where is the paradise
I've made for you
Where is the green
And where is the blue
Where is the house
I've made for you
Where is the forest and
Where is the sea
Where is the place good for you, good for me
Let's save the Earth
What a wonderful thing
Let the bird fly,
let the bird sing
(Let them sing Luisa)
Let it be forever evergreen
|
Para Sempre Verde
Deixe
que haja flores
Deixe
que haja uma primavera
Temos
poucas horas para conservar nosso sonho
Deixe
haver uma luz
Deixe
os pássaros cantarem
Deixe a
floresta ser para sempre verde
Pequeno
planeta azul
Em
grande necessidade de cuidado
Regatos
cristalinos
Ar puro
de cristal
Salvemos
a terra
Que
coisa maravilhosa
Deixem-na
ser para sempre verde
Imagine
a Mãe Terra transformada num deserto
Um mar
de veneno, uma lagoa venenosa
E a
vida no planeta terra extinta
E Deus
vindo perguntar sobre o planeta azul
O que
fazer?
“Onde
está o paraíso que
Que eu
fiz para vocês?
Onde
está o verde?
E onde
está o azul?
Onde
está a casa que
Que eu
fiz para vocês?
Onde
está a floresta e
Onde
está o mar?
Onde
está o lugar bom para você, bom para mim?”
Salvemos
a terra
Que
coisa maravilhosa
Deixe
os pássaros voarem,
Deixe
os pássaros cantarem
(Deixe-os
cantar, Luiza)
Deixe-a
ser para sempre verde
|
Tudo
bem, Tom Jobim foi um “compositor do mundo” (o que atesta a graça de Deus
presente). Mas o que dizer da composição que Guilherme Kerr Neto para a sua esposa?
“Estações do Amor” é uma belíssima canção composta em louvor à mulher amada e
gravada num CD gospel! Jorge Camargo, um dos autores da famosa canção de missões “De
todas as Tribos”, compôs uma belíssima música baseada na vida e instruções de
Francisco de Assis: “Fale de Amor”. Nada de errado, desde que se exaltem os
atributos e feitos humanos sem confundi-los com os divinos.
Voltando
à introdução desta reflexão, claro que o erro daquelas pessoas não estava na
intenção em homenagear a Ana Paula Valadão. O problema foi que usaram um
conteúdo teológico para honrar e exaltar as qualidades de uma pessoa numa “mistureba”
perniciosa. Desta forma, a glória do Senhor foi maculada e a música expressou
um hino em adoração à criatura, ferindo o primeiro mandamento. Basta ouvir de
relance a composição para saber que algo está errado com ela.
Filpenses 4.8 nos instrui que: “tudo o que é verdadeiro, tudo o que é
respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o
que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o
que ocupe o vosso pensamento.” Não é porque foi composta
por um “autor gospel” que a música será boa. Tão pouco porque foi composta por
um “autor secular” que a música será ruim. TUDO QUE FOR VERDADEIRO,
RESPEITÁVEL, JUSTO, AMÁVEL, DE BOA FAMA, VIRTUOSO e LOUVÁVEL (ou seja, tudo o
que não esteja em oposição às Escrituras) deve ser o que ocupe o nosso
pensamento. Nossa mente deve estar ocupada por livros bons, músicas boas, boas
conversações, bons programas de televisão e de tudo aquilo que não fira a
santidade do Senhor. Não há necessidade de se ter o nome divino (ou selo de
gravadora ou editora gospel) expresso e impresso para algo ser bom. Naturalmente
que nem toda música boa é adequada ao culto. Mas toda música usada no culto
deve ser boa em sua totalidade: "Entoai-lhe um
novo cântico, tangei com arte e com júbilo." Sl
33:3. Que o Senhor nos dê o discernimento espiritual necessário para julgarmos
todas as coisas à luz da sua Palavra.
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